A longevidade de uma organização no mercado está associada ao quão competitiva ela é frente aos demais concorrentes. De acordo com Beiter et al. (2000), a demanda pela competitividade está relacionada ao ciclo de vida dos produtos cada vez mais reduzido, associado com a pressão por disponibilizar ao consumidor produtos diferenciados, com baixo custo, qualidade elevada e em curto espaço de tempo. Cinco variáveis que estimulam de modo frenético a busca das organizações por métodos e ferramentas que possam suprir tais necessidades.
Nesse contexto, ganha destaque o termo Indústria 4.0, também denominado de a Quarta Revolução Industrial (HERMANN et al., 2015). De acordo com os autores, assim como as demais revoluções esta é caracterizada pelo conjunto de transformações nos processos design, produto, de manufatura, operações e sistemas relacionados à produção, alargando o valor na cadeia organizacional e no ciclo de vida do produto.
Com origem na Alemanha, em 2011, o termo Indústria 4.0 teve como objetivo estratégico desenvolver tecnologia de ponta para aumentar a produtividade da manufatura no país. Hoje, disseminado globalmente, o termo Indústria 4.0 é definido pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, como a transformação completa da produção industrial por meio da fusão entre a tecnologia digital e a internet com a indústria convencional.
No Brasil, os desafios a serem superados para assimilar os impactos previstos dessa transformação merecem atenção. Conforme estudo da FIRJAN (2016), a maior parte da indústria no Brasil se encontra na transição da indústria 2.0 (marcada pelo emprego de linhas de montagem e energia elétrica) para a indústria 3.0 (que adota a automação por meio da eletrônica, robótica e programação). Desse modo, para implementação da Indústria 4.0, o desafio do país concentra-se principalmente em: impetrar políticas estratégicas inteligentes, fomentos e incentivos governamentais; aliar empresários e gestores da indústria com visão e postura proativa; dispor de desenvolvimento tecnológico e de capital humano qualificado.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI (2016), entre os principais benefícios esperados pelas empresas com a adoção da tecnologia digital estão: 54% das empresas almejam a redução de custos operacionais e 50% espera aumentar a produtividade. Já entre as principais barreiras internas apontadas, 66% das empresas apontam o alto custo de implantação, 26% a falta de clareza entre a definição de retorno sobre o investimento e 24 % a influência da estrutura e cultura da empresa . Como barreira externa, 30% das empresas participantes destacaram a falta de trabalhadores qualificados.
Sendo assim, para que as empresas nacionais se mantenham competitivas e, consequentemente no mercado, estas necessitarão adotar a tecnologia digital. Associado a esta mudança, também devem haver estratégias governamentais de suporte e fomento a serem disponibilizadas para as indústrias, principalmente as relacionadas a reformulação no modelo de educação, para a formação de maõ de obra qualidicada e ao estabelecimento de linhas de financiamento específicas em todos os setores.
REFERÊNCIAS
BEITER K. A., CHELDELIN B., ISHII K. Assembly Quality Method: A Tool in aid of Product Strategy, Design, and Process Improvements, ASME Design Engineering Technical Conferences. Proceedings…, Baltimore, MD, Set/2000.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI. Sondagem Especial -Indústria 4.0 – ISSN 2317-7330, Ano 17, Número 2, Abril, 2016.
SISTEMA FIRJAN – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Panorama da Inovação – Indústria 4.0. Abril, 2016.
HERMANN, M; PENTEK, T; OTTO, B. Design Principles for Industrie 4.0 Scenarios: A Literature Review. 2015. Disponível em: <http://www.snom.mb.tu-dortmund.de/cms/de/forschung/Arbeitsberichte/Design-Principles-for-Industrie-4_0- Scenarios.pdf>. Acesso em 29 dez. 2016.
Deixe uma resposta